Veja como as empresa podem lidar com esse fenômeno
Nos últimos anos, a inteligência artificial se tornou parte central do dia a dia das empresas. Ferramentas de automação, copilotos digitais e agentes inteligentes já fazem parte da rotina de equipes de diversas áreas do atendimento ao cliente ao marketing, operações e TI. Mas enquanto muitas organizações avançam em direção a uma IA corporativa bem estruturada, um fenômeno paralelo cresce silenciosamente: o shadow AI.
Assim como o Shadow IT marcou uma geração de desafios para as equipes de tecnologia, o shadow AI passa a demandar novas práticas de governança, segurança e educação interna. Neste artigo, você vai entender o conceito, seus riscos e, principalmente, como as empresas podem transformar esse problema em oportunidade.
O que é shadow AI?
Shadow AI é o uso de ferramentas de inteligência artificial sem o conhecimento, autorização ou supervisão da empresa. Isso inclui desde chatbots públicos usados com dados corporativos até automações criadas por funcionários em plataformas externas, sem alinhamento com as políticas internas.
É um movimento que surge, na maioria das vezes, de forma bem-intencionada: colaboradores buscando mais agilidade, produtividade e soluções rápidas para seus desafios diários. Mas, sem controle, esse comportamento coloca a organização em risco.
Por que o shadow AI cresce tão rapidamente?
1. Alta acessibilidade
Qualquer pessoa pode criar uma conta em uma ferramenta de IA em poucos segundos. Muitas delas são gratuitas ou exigem baixo investimento.
2. Falta de políticas internas claras
Grande parte das empresas ainda não definiu diretrizes sobre como a IA deve ser usada, o que abre espaço para iniciativas individuais.
3. Pressão por produtividade
Os times querem entregar mais e melhor, e a IA é uma aliada poderosa nesse processo. Quando a empresa não oferece uma opção segura, o colaborador procura a sua própria.
👉Leia também: Quebra de Silos organizacionais
👉Leia também: Gestão do ciclo de vida do colaborador
Os riscos do shadow AI para as empresas
| Dimensão do Risco | Descrição |
|---|---|
| Segurança da Informação | Possibilidade de vazamento de dados sensíveis ao usar ferramentas sem controle corporativo. |
| Conformidade Legal | Violação da LGPD e outras normas devido ao uso inadequado de dados em IAs externas. |
| Eficiência Operacional | Falta de padronização e dificuldade de auditar processos quando cada colaborador usa uma solução diferente. |
| Continuidade de Negócios | Dependência de ferramentas externas que podem falhar, mudar políticas ou deixar de existir. |
| Imagem e Credibilidade | Incidentes envolvendo IA paralela podem gerar danos à reputação e minar a confiança de clientes. |
O avanço do shadow AI nas empresas não é apenas um fenômeno comportamental é um risco quantificado por diversas pesquisas recentes. Segundo o Cloud and Threat Report 2025, da Netskope, 74% dos funcionários utilizam contas pessoais, como Gmail ou Hotmail, para acessar ferramentas de IA no trabalho, completamente fora do controle das equipes de TI.
A falta de governança é tão significativa que apenas 22% dos trabalhadores afirmam utilizar exclusivamente as ferramentas de IA oficialmente aprovadas pela empresa, de acordo com o IBM Global AI Adoption Index. Esse comportamento tem impacto direto no custo de segurança: o Cost of a Data Breach Report 2025, da IBM, mostra que vazamentos nas quais o shadow AI é um fator contribuinte custam, em média, US$ 670 mil a mais do que a média global de incidentes.
No Brasil, o problema também já se montra evidente. 60% dos designers brasileiros admitem usar IA não sancionada, segundo pesquisa do Mobile Time (2025). E esse comportamento não se limita à base operacional: o relatório The Insider AI Threat Report, da Calypso AI, revela que 28% dos executivos já inseriram informações sensíveis em IAs públicas, expondo a empresa a riscos diretos de compliance e reputação.
IAs abertas e IAs fechadas: entendendo os dois modelos
A diferença entre IAs com conteúdo direcionado e fechado e IAs abertas está principalmente no nível de controle, segurança e especialização. As IAs fechadas, geralmente corporativas, utilizam bases de conhecimento específicas, treinadas com dados internos e supervisionadas pela própria empresa, garantindo governança, precisão e proteção das informações sensíveis.
Já as IAs abertas funcionam com modelos amplos e públicos, treinados em grandes volumes de dados disponíveis na internet. Embora ofereçam mais flexibilidade e criatividade, não possuem controle sobre as fontes de informação e podem expor dados confidenciais se usadas sem cautela. Por isso, entender o papel de cada tipo de IA é essencial para equilibrar inovação com segurança.
Shadow AI também é um sinal: existe demanda real por IA nas empresas
Apesar dos riscos, é importante entender que o shadow AI aponta para uma necessidade: os colaboradores querem e precisam de ferramentas de IA para trabalhar melhor. Isso significa que as empresas devem encarar esse movimento como um alerta estratégico, não apenas como uma ameaça.
O surgimento do shadow AI mostra que:
- a equipe está buscando eficiência;
- há processos que podem (e devem) ser automatizados;
- a empresa precisa oferecer soluções oficiais de IA;
- existe oportunidade de evoluir a cultura digital.
A questão não é impedir o uso de IA, mas oferecer formas seguras e governadas de utilizá-la.
Como as empresas podem combater o shadow AI de forma inteligente
A solução não está em proibir, e sim em estruturar. Empresas que conseguem reduzir o shadow AI são aquelas que adotam práticas claras de governança e capacitação. Aqui estão as principais estratégias:
1. Criar políticas internas claras de uso da IA
O primeiro passo é estabelecer diretrizes simples e objetivas, como:
- quais ferramentas são permitidas;
- como tratar dados sensíveis;
- quando é preciso registrar o uso de IA;
- quem responde pela supervisão.
Políticas bem definidas reduzem incertezas e orientam a equipe com segurança.
2. Adotar soluções de IA corporativas confiáveis
Ferramentas como Intercom Fin AI, Monday AI, Freshworks Freddy AI e GoTo permitem que as empresas usem IA com governança, histórico, segurança e integração total aos fluxos de trabalho.
Quando a empresa oferece soluções oficiais, o shadow AI diminui naturalmente.
3. Capacitar os colaboradores
Treinar a equipe é um dos pilares mais importantes.
Nos treinamentos, é essencial abordar:
- os riscos do shadow AI;
- boas práticas para uso de IA;
- exemplos reais do que pode ou não ser feito;
- como usar as ferramentas corporativas de forma produtiva.
Educação reduz erros, aumenta engajamento e fortalece a cultura digital.
4. Dar visibilidade aos benefícios da IA aprovada
Quando a empresa demonstra o valor gerado — redução de tempo, automação, mais produtividade — as equipes passam a confiar mais nas soluções internas do que em alternativas externas.
5. Estimular inovação com controle
Criar um ambiente seguro para experimentação é essencial. Muitas empresas adotam sandboxes de IA ou ambientes de testes, permitindo que os colaboradores explorem novas automações de forma responsável.
Shadow AI: desafio ou oportunidade?
O shadow AI é, ao mesmo tempo, um risco e um sinal de oportunidade. Ele evidencia que as pessoas já reconhecem o valor da inteligência artificial e querem aplicá-la para trabalhar melhor.
Organizações que compreendem isso conseguem transformar o problema em vantagem competitiva: substituem práticas informais por uma estratégia estruturada de IA, criam diretrizes claras e oferecem ferramentas que impulsionam produtividade com segurança.
Nesse contexto, empresas como a Nortrez desempenham um papel essencial ao orientar equipes, implementar tecnologias confiáveis e garantir que a IA seja um vetor de eficiência, inovação e crescimento, sem comprometer segurança ou governança. Fale com nossa equipe e encontre a melhor IA para sua empresa.
